Quando se trata de ecodesign na indústria cosmética e, mais especificamente, de beleza sustentável, a primeira ideia que vem à mente é desenvolver embalagens ecológicas. No entanto, o design ecológico é muito mais do que isso. Na Safic-Alcan estamos sempre atentos às últimas tendências do mercado de cosméticos, especialmente quando se trata de uma abordagem sustentável.

O ecodesign é toda uma perspectiva de inclusão dos aspectos sociais, econômicos e ambientais na cadeia produtiva e no ciclo de vida dos produtos. Seu objetivo é produzir com o menor impacto negativo, garantindo um positivo global.

Mais do que isso, a ADEME (Agence De Environnement de la Maîtrise de Energie), agência francesa para a transição ecológica, oferece uma definição completa de ecodesign, para que uma marca seja considerada como implementando ações e se enquadrando em uma abordagem em resposta às preocupações ambientais:

• Aspecto ambiental: onde estão os produtos fabricados e produzidos? Quais são as matérias-primas utilizadas? Qual é o seu impacto ambiental? Como os produtos são embalados?
• Aspecto social: Os direitos, saúde e segurança dos trabalhadores são respeitados em toda a cadeia de valor? Como as matérias-primas são extraídas ou produzidas? A marca tem parceria com produtores que distribuem matéria-prima do exterior? O produto é fabricado localmente? A marca opta por colaborar com parceiros locais?
• Aspecto econômico: É economicamente viável para todos os stakeholders da cadeia de valor? A marca é transparente com seus clientes? Existe alguma comunicação que comprometa a confiança na marca ou a essência do eco-design?

 

Então, para definir com precisão uma abordagem de ecodesign ao desenvolver um novo produto cosmético, deve-se seguir cada etapa do desenvolvimento do produto:

 

• Abastecimento sustentável e ingredientes naturais:

-Estabelecer uma abordagem de compra sustentável para integrar as questões ambientais e sociais na política de compras, aplicando os princípios da economia circular e reduzindo a pegada de carbono.

-Estabelecer uma cadeia de fornecimento responsável de ingredientes para identificar o país de fornecimento, os regulamentos em vigor (Protocolo de Nagoya), colaboração solidária com a população local.

 

• Abordagem de ecodesign na formulação dos produtos: promover um consumo responsável com fórmulas concentradas, eficientes e biodegradáveis. Permite adaptar-se às necessidades do mercado (conscientização e exigências dos consumidores) e às tendências dos produtos (em termos de fórmulas, alegações, galénicas), pensar na biodegradabilidade e na ecotoxicidade dos ingredientes como prever o impacto de fórmulas de enxágue e produtos solares, desenvolver o uso de ingredientes provenientes de biotecnologias, antecipar os resíduos produzidos pelo produto acabado durante o percurso de distribuição (produtos sólidos ou a granel) e no final de sua vida, e desenvolver ferramentas que ajudar a fórmulas de design ecológico.

 

• Otimização de processos: apoiar a redução do consumo de água, promover a redução das emissões de gases com efeito estufa e produção de resíduos, a gestão energética e o desenvolvimento de processos a frio.

 

 

• Controle da cadeia de suprimentos: por meio da descarbonização da indústria cosmética e da logística tratando da redução da pegada de carbono durante os transportes.

 

• Comunicação responsável para um consumo consciente significa: as empresas precisam se comprometer com mais transparência e comunicação clara sobre os impactos de seus produtos e também sobre seus próprios impactos. Contribui para auxiliar clientes e consumidores a serem mais conscientes no ato da compra e a consumirem melhor.

 

Além disso, os produtos acabados assim projetados podem ser rotulados avaliando se atendem às especificações mais exigentes (Fair Trade, Fair For Life, COSMOS, agricultura orgânica…) para garantir o compromisso das empresas com a sustentabilidade. Pode, portanto, potencializar o desenvolvimento de produtos inovadores, garantindo eficácia, respeito ao planeta e às pessoas.